terça-feira, 8 de julho de 2008

Homens e mulheres: iguais ou diferentes?

Meninos gostam de carrinhos, meninas gostam de bonecas. Esses gostos são facilmente explicáveis pela cultura; afinal, desde que nascem as crianças são estimuladas pela sociedade a adotarem o comportamento típico de seu gênero. Será então que as meninas brincam de boneca e os meninos de carrinho porque são dados a eles esses brinquedos?

Se eles vivessem em um mundo sem diferenciação, em que pais não estimulassem seus filhos a brincar de certas formas e com determinados brinquedos, o que aconteceria?

Antes de responder à questão, gostaríamos que você imaginasse o seguinte experimento. Suponha que pesquisadores dessem a macacos fêmeas e machos brinquedos humanos, tais quais bonecas, carrinhos e livros. O que você acha que aconteceria?

Esse experimento foi feito. Pesquisadores deram esses brinquedos a 44 macacos-vervet machos e 44 fêmeas e depois avaliaram as suas preferências por cada brinquedo, medindo quanto tempo passavam com cada um. As análises estatísticas demonstraram que os machos mostraram um interesse significativamente maior pelos brinquedos considerados masculinos e as fêmeas, pelos femininos. E os dois sexos não demonstraram diferenças na preferência pelo livro (Miller & Kanazawa, 2007).

O velho domínio masculino
De acordo com uma história antiga o homem foi feito primeiro por Deus e a mulher era apenas parte de seu corpo, mais precisamente sua costela. A grande ironia nessa história é que a Biologia moderna mostrou que o default do programa genético fetal é o desenvolvimento de um corpo feminino, ou seja, se seis semanas após a concepção o cromossomo Y não desencadear uma certa proteína, um feto feminino será gerado automaticamente (Pinel, 2005). Sim, nesses termos, é como se o homem saísse da “costela” da mulher.

A lenda bíblica revela a supremacia masculina que têm ocorrido há tempos, em que homem é sinônimo de ser humano. O feminismo do século passado foi uma reação a esse domínio, e graças a esse movimento e a outras mudanças sociais as mulheres alcançaram grandes conquistas. Junto com tudo isso, porém, surgiu uma tendência que continua até hoje: a de se negar as diferenças entre homens e mulheres. As únicas diferenças que não estão envolvidas em polêmicas acaloradas são as que se referem aos aparelhos genitais.

A negação da natureza humana
O gênero de um indivíduo é uma de suas dimensões mais essenciais. Trata-se da primeira característica que notamos em outro indivíduo, e isso nos fornece modos de nos comportar frente ao outro. Cada gênero tem uma forma de se vestir, de agir, de se relacionar e ele é um referencial para a nossa identidade. Tamanha é esta importância, não se limitando somente à nossa cultura, que em grande quantidade dos idiomas da Terra os pronomes são declinados com base no gênero do substantivo ao qual se referem. Em todas as culturas humanas, homens e mulheres são vistos como possuidores de naturezas diferentes.
Todas as culturas dividem o trabalho por sexo, com mais responsabilidade pela criação dos filhos para as mulheres e mais controle das esferas pública e política para os homens. Essa divisão de trabalho emergiu mesmo em uma cultura em que todos haviam se comprometido a erradicá-la, os kibutzim israelenses (Pinker, 2004). Dada tão grande influência seria de se esperar que as ciências do homem, sejam as sociais ou as da saúde, se ocupassem grandemente com o estudo das particularidades de cada sexo.

Surpreendentemente durante grande parte do século XX, em que as ciências em geral se desenvolveram de forma nunca vista na história da humanidade, não só os estudos das diferenças entre gênero foram raros como muito esforço foi feito no sentido de provar que tais diferenças eram somente de ordem cultural e que, por esse motivo, poderiam (e deveriam) ser eliminadas. A “negação contemporânea da natureza humana” (Pinker, 2004) encontra terreno fértil no campo dos gêneros.

Evidências
Falar em genes e biologia com relação às diferenças comportamentais entre os sexos foi, por muito tempo, uma heresia. Todas as supostas diferenças entre meninos e meninas seriam devidas à criação, a uma sociedade machista que faria imposições comportamentais de modo que a dominação masculina continuasse. Contudo, diversos estudos mostram que muitas das diferenças comportamentais dos sexos podem ser devidas a nossa natureza.

As diferenças entre meninos e meninas já aparecem no primeiro dia de vida. Simon Baron-Cohen e colegas realizaram um experimento com bebês de um dia de idade. Apresentaram simultaneamente a fotografia do rosto de uma mulher e um móbile mecânico a 102 bebês recém-nascidos, sem saber o sexo de cada um. Isso foi filmado e uma comissão julgadora avaliou em qual objeto cada bebê prestou mais atenção, e somente depois de tudo foi revelado o sexo dos bebês. A análise mostrou que mais meninos preferiram olhar para o móbile mecânico e as meninas, para o rosto (Miller & Kanazawa, 2007).

Experiências realizadas com crianças de aproximadamente dois anos demonstram que, nessa idade, o individuo não tem a noção exata dos estereótipos. Quando questionado a respeito de quais brinquedos são classificados como de meninas ou de meninos, ele não é capaz de identificar carrinho como sendo de garoto ou boneca como sendo de garota. Mas quando questionado a respeito de sua preferência, a menina escolhe bonecas e o menino escolhe carrinhos (Baron-Cohen, 2003).

Pesquisas mostram o que o senso comum já sabia: que os homens demonstram maior tendência a realizarem sexo casual, ou seja, sexo sem envolvimento afetivo prévio. A maioria dos homens também desejara ter um número maior de parceiras sexuais, teria um maior desejo por variedade sexual (Varella, 2007).

Além disso, temos o experimento citado no início, que revela que as diferenças entre os sexos são compartilhadas pelos macacos. Os macacos do experimento não foram socializados por humanos e jamais haviam visto aqueles brinquedos antes. Se as diferenças entre os sexos fossem apenas culturais, deveriam variar muito conforme a sociedade e a espécie, e não é o que os estudos revelam.Em todas as sociedades humanas conhecidas, e entre muitas espécies, principalmente entre os mamíferos, os machos são, em média, mais agressivos, violentos e competitivos, e as fêmeas, em média, mais sociáveis, atenciosas e dedicadas à criação, nutrição e educação (Pinker, 2004; Miller & Kanazawa, 2007).

Isso significa que nada é cultural?
Voltando à pergunta do início, meninos brincam de carrinho e meninas de boneca porque são dados a eles esses brinquedos? A resposta é sim. Porém são dados a eles esses brinquedos porque gostam deles. Os pais provavelmente mais reagem aos gostos das crianças do que os causam (Baron-Cohen, 2003).

Além disso, a oposição entre natureza e criação é falsa. A criação reforça a natureza. Não é possível afirmarmos que a sociedade é a única responsável pelo fato de que meninos e meninas diferem significativamente entre si. Causa e efeito são provavelmente circulares. As pessoas tanto gostam de fazer aquilo em que elas acham que são boas como são boas no que gostam de fazer (Ridley, 2003).

[Meninos] gostam mais de brinquedos, armas, competição e ação do que bonecas, romance, relacionamentos e famílias. É claro que eles não vêm ao mundo com todas essas preferências plenamente formadas, mas nascem com alguma preferência inefável a se identificarem com coisas de meninos. Isso é o que a psicóloga infantil Sandra Scarr chamou de “escolha de nicho”: a tendência de escolher a criação que é adequada a sua natureza (Ridley, 2003, p. 80-81).

Portanto, a resposta à questão “as diferenças entre homens e mulheres são culturais?” é sim. Mas não só. O problema não está em admitir o papel da cultura, que é óbvio, o problema é negar o papel da nossa biologia.

Falácias
A polêmica em torno dos estudos com base genética/cerebral/biológica envolve muitas concepções equivocadas. A primeira delas já vimos, que é colocar natureza e criação como excludentes. Outras envolvem falácias que concernem ao “ser” e ao “dever ser”.

Será que o que é natural é necessariamente bom? A falácia naturalista, termo cunhado pelo filósofo inglês George Edward Moore no início do século XX, embora tenha sido identificada bem antes por Hume, é o salto do ser para o dever ser, ou seja, a tendência a acreditar que o que é natural é bom; que o que é deve ser. Por exemplo, pode-se cometer o erro da falácia naturalista e dizer: “Como as pessoas são geneticamente diferentes e dotadas de diferentes habilidades e talentos inatos, elas devem ser tratadas de forma diferente” (Miller & Kanazawa, 2007).

Já a falácia moralista é o oposto da falácia naturalista. Refere-se ao salto de dever ser para o ser, a alegação de que o modo como as coisas deveriam ser é o modo como são. É a tendência de acreditar que o que é bom é natural; o que deve ser é. Por exemplo: “Como todos devem ser tratados igualmente, não existem diferenças genéticas inatas entre as pessoas”. Ridley a chama de falácia naturalista reversa.

Tanto a falácia naturalista quanto a moralista estão envolvidas na negação das diferenças entre homens e mulheres. No primeiro caso, negam-se estudos de base genética porque há um grande medo de que se for confirmado que existem diferenças naturais entre os sexos, logo é correto tratá-los de forma diferente. No segundo caso, negam-se estudos de base genética porque não pode haver diferença genética alguma, já que todos devem ser tratados igualmente. De acordo com Miller & Kazanawa (2007) a falácia moralista tem sido um problema muito maior do que a falácia naturalista em discussões acadêmicas.

Estereótipos
Os estudos também são rechaçados por se considerar que fortalecem estereótipos.
Não se pode descartar uma observação por considerá-la um estereótipo - como se isso, repentinamente, a tornasse uma inverdade, que não merece discussão ou explicação. Muitos estereótipos são generalizações empíricas com uma base estatística e por isso, em média, tendem a ser verdadeiros. O único problema com estereótipos e generalizações empíricas é que eles nem sempre são verdadeiros para todos os casos individuais. Sempre existem exceções individuais para estereótipos. Existem muitos pais dedicados e mulheres criminosas, mesmo que as generalizações ainda sejam verdadeiras.

O perigo está na aplicação das generalizações estatísticas a casos individuais, que podem ou não ser exceções (Miller & Kazanawa, 2007).

As generalizações sobre um sexo sempre serão falsas para muitos indivíduos (Pinker, 2004).

Os estudos normalmente se referem a médias, isso significa situar um grupo, e não um indivíduo em particular. Muitas pessoas não se encaixam nas médias, e isso não é algo condenável. Ninguém tem a obrigação de se ajustar aos parâmetros médios do seu gênero.

Diferença e desigualdade
Outra noção corrente é a de que homens e mulheres somente terão direitos iguais se forem exatamente iguais. Em última instância, ninguém é igual. As pessoas da mesma idade, da mesma classe econômica, da mesma cidade podem ser parecidas, mas exatamente iguais não são. Nem mesmo gêmeos idênticos são idênticos em seus traços de personalidade, no modo de se vestir, nos gostos, nas crenças etc. A singularidade é uma regra entre os humanos. E apesar disso, existem várias leis que concernem a grupos, como idosos, crianças, motoristas, mulheres, aposentados etc.

Isso se relaciona com a idéia de que a diferença implique necessariamente em desigualdade. Não se pode achar que escondendo ou negando as diferenças é que a igualdade será conquistada. A afirmação de que existe diferença entre as pessoas não é contraditória com a igualdade de direitos, pois todos somos diferentes. Essa onda de negação das pesquisas sobre homens e mulheres é uma tentativa de se evitar que a igualdade não seja conquistada. Todavia, não é suprimindo diferenças e nem forçando uma igualdade de comportamento que se conquista a igualdade de direito e de respeito. Forçar uma igualdade de comportamento é que é cruel.

Os estudos das diferenças não afirmam que os atributos típicos de um dos gêneros sejam intrinsecamente superiores aos do outro. É um equívoco comum acreditar que as conclusões de estudos fornecem uma base para a discriminação, afirmando qual sexo é melhor e qual é pior. Estudar as diferenças comportamentais entre homens e mulheres não acarreta, necessariamente, discriminação. As pesquisas sérias não são feitas com esse intuito. As áreas das ciências cognitivas, das neurociências, e até mesmo da medicina, por exemplo, têm avançado muito nos últimos anos no estudo das diferenças entre homens e mulheres, tanto no que diz respeito ao comportamento quanto à anatomia, mecanismos neuronais, influências hormonais, entre outros. Tais avanços promovem mudanças no sentido de tratar os corpos de homens e mulheres mais de acordo com as suas singularidades.

O medo, evidentemente, é que diferença implique desigualdade – de que se os sexos diferem em qualquer aspecto, os homens teriam de ser melhores, ou mais dominantes, ou ficar com toda a diversão (Pinker, 2004).

Um sexo nunca será melhor que o outro e, embora um sexo possa ser melhor em determinado ramo de habilidades, isso de maneira nenhuma serve para generalizar, julgando-o como superior. Algumas pessoas consideram que exaltar as diferenças entre gêneros diminui as mulheres, entretanto achar que as características típicas dos homens são melhores que as das mulheres é o maior machismo de todos.

Além disso, homens e mulheres são muito mais semelhantes do que diferentes. Não somos idênticos, mas

Homens e mulheres possuem todos os mesmo genes, com exceção de um punhado no cromossomo Y, e seus cérebros são tão semelhantes que é preciso um neuanatomista com olho de águia para enconstrar as pequenas diferenças entre eles. Seus níveis médios de inteligência são iguais, segundo as melhores estimativas psicométricas, e eles usam a linguagem e pensam sobre o mundo físico e vivo da mesma maneira geral. Sentem as mesmas emoções básicas e ambos gostam de sexo, buscam parceiros conjugais inteligentes e gentis, sentem ciúme, fazem sacrifícios pelos filhos, competem por status e parceiros sexuais e às vezes cometem agressão ao se empenhar por seus interesses (Pinker, 2004).

Referências

Baron-Cohen, Simon (2003) Diferença essencial - A verdade sobre o cérebro de homens e mulheres. Rio de Janeiro: Objetiva.

Miller, A.S.; Kanazawa, S. (2007) Por que homens jogam & Mulheres compram sapatos. Rio de Janeiro: Editora Prestígio.

Pinel, J. P. (2005) Biopsicologia. Porto Alegre: Artmed, cap. 13 - Hormônios e desenvolvimento sexual (pp. 349-366).

Pinker, S. (2004) Tábula rasa - negação contemporânea da natureza humana. São Paulo: Companhia das Letras.

Ridley, M. (2003) O que nos faz humanos. Editora Record.

Varella, M.A.C. (2007) Múltiplos parceiros. Revista de divulgação científica Psiquê, número 18.

12 comentários:

Silas disse...

Completa sua exposição, está de parabéns se é que minha parabenização tem alguma validade.

Vou usar a mim mesmo como exemplo para desenvolver meu raciocínio a respeito de um tema que tem relação com o seu.

Sendo mais específico sobre as habilidades inerentes à maioria dos indivíduos do mesmo gênero, concluiremos que os homens geralmente têm seu potencial mais direcionado à percepção espacial e à cálculos numéricos enquanto mulheres têm mais habilidades em mapear emoções e expressar-se com escrita.
É claro que isso é muito pouca informação mas já basta para o meu raciocínio.

Tenho 18 anos agora e já manifestei, creio, a maior parte da minha natureza individual.
Sou escritor, poeta e apaixonado por psicologia.

Fui criado com minha mãe e duas irmãs mas não creio que eu tenha sofrido influência delas para formar minhas tendências pois todas elas acabaram em áreas exatas (matemática, engenharia e economia com mestrado em estatística).
De fato, eu mesmo considerava minha natureza romântica risível pois isso era incomum em meninos mas isso não a mudou e conclui que, apesar de muitas das minhas preferências serem similares às das mulheres, eu não tenho interesse em homens.

A minha conclusão pessoal sobre o tema é que, mesmo se agruparmos características comuns em cada gênero jamais captaremos, como você disse, uma previsão exata de como um bebê será.
Cada pessoa tem mais do que características de gênero quando nascem.
Talvez se trate de variações hormonais ou de carga genética.
A verdade é que não tenho informações suficientemente consistentes sobre isso.

Lembrando de algo curioso que você citou no seu texto, os gêmeos idênticos geralmente têm personalidade, crenças, e gostos completamente diferentes.
Ora, pelo menos pelo que eu sei, a carga genética de monozigóticos é idêntica.
Sendo assim, como eles são submetidos à mesma gravidez,(seja problemática ou não) haveríamos de concluir que eles deveriam nascer idênticos.
A variação hormonal seria improvável pois o sistema reprodutor, por exemplo, responsável pela testosterona nos homens se formou de forma idêntica.

Mas na verdade, indiferente à essas especulações, na maioria das vezes os gêmeo são bem diferentes.

Talvez existam mais variáveis. Afinal, a criação dos gêmeos é muito parecida mas cada um, desde pequeno, parece perceber cada estímulo de forma diferente.

Se meu comentário pudesse ter um título seria:humanos: iguais ou diferentes?

Ótimo texto, boa semana pra ti...

Abraços...

Unknown disse...

Muito bom o blog! É sempre um raro prazer encontrar alguém lúcido!

Osame Kinouchi disse...

Isabella, parabéns pelo ótimo blog. Convidamos vc para se inscrever na Roda de Ciência
http://www.rodadeciencia.blogspot.com/
e no Anel de Blogs Cientificos http://dfm.ffclrp.usp.br/ldc/index.php/anel-de-blogs-cientificos

Osame Kinouchi disse...

Para se inscrever na Roda basta falar com o administrador Jose Carlos.
Estamos precisando de sangue novo lá e resolvemos fazer uma campanha para ter novos participantes com mais tempo para postar. A Roda funciona assim: votamos todo mês um tema para debate. Os participantes, se quiserem, fazem um post no seus blogs e colocam na Roda uma copia do primeiro paragrafo, com link "leia mais". Os comentarios sao feitos na Roda, nao no blog do autor.

Isis Nóbile Diniz disse...

Que interessante... Gostei mesmo.

João Carlos disse...

É João Carlos e o convite já foi formalmente enviado. Contamos com você no "Roda de Ciência".

Sobre o tema deste artigo, eu acredito que é apenas uma questão de desenvolvimento evolutivo. É um fato indiscutível que o "gargalo" da perpetuação da espécie passa pelo período de gestação e pelos ciclos de fertilidade feminina.

Eu não sei até que ponto os estudos antropológicos que indicam que o matriarcado teria sido a forma original de organização social, são válidos, mas me parecem lógicos. E a inversão para o sistema de patriarcado uma conseqüência inevitável da seleção dos machos fisicamente mais fortes.

Mas algo me parece bastante claro: no dia em que as técnicas de reprodução "in vitro" se tornarem absolutamente confiáveis, o cromossomo Y passa a ser totalmente dispensável. Eu só não temo pelo futuro do macho da espécie, porque o raciocínio da fêmea da espécie parece conter um "instinto maternal" que se estende aos machos adultos. :)

gilcabras6@hotmail.com disse...

Há uma subjetividade masculina e outra feminina criadas pela cultura. Não se nasce homem, torna-se homem, (E.Fromm 1950). Não se nasce mulher, torna-se mulher(S.Beauvoir-1949)- somos homens e mulheres geneticamente e culturalmente na via da história. Algumas diferenças biológicas existentes podem justificar alguns comportamentos humanos, mas, sem sombra de dúvida, a grande maioria dos costumes, crenças, tabus e valores são determinados culturalmente, muitas vezes de forma neurótica. As pessoas terminam sem assumir o sexo que gostam de ter, porque sexo também é construído subjetivamente.Acho que nossa educação deveria cuidar de ensinar as pessoas desde crianças a respeitar ou administrar as diferenças com os outros. Isso melhoraria muito os relacionamentos. Ficariam com menos carga de preconceitos.

Gil Castello Branco - jornalista e sociólogo.

Thais Ribeiro disse...

Isabella, muito bom o seu artigo.
Estou usando-o como uma de minhas referencias para um trabalho exposto em meu colégio, creio que não haverá problema quanto a isso mas se houver por favor responda que retiro imediatamente o seu nome das referencias de meu trabalho.
Muito obrigada.

Thais Ribeiro

dsc disse...

É interessante nesse assunto o debate entre Pinker e Spelke:

Links para as apresentações:

http://mbb.harvard.edu/resources/pastnews2005.php

("temporariamente off")

Slides:

http://www.edge.org/3rd_culture/debate05/debate05_index.html



Tinha visto ainda um artigo interessante, acho que era "gender similarity hypothesis", ou algo assim, de J. Hyde.

Todas essas coisas não são exatamente "negacionistas", como o conceito de que se poderia amputar um pênis de um menino e criá-lo como menina que ele se portaria exatamente como se fosse, mas deixam a coisa um pouco menos caricata, mais equilibrada, do que me parece ser essa exposição Pinkeriana / homens-são-de-Marte-mulheres-são-de-Vênus'iana atualmente em voga.

Nagase disse...

Sou mulher e sempre gostei de carrinhos O_o... principalmente os de controle remoto *o*, preferia carrinhos do que bonecas XD (bonecas sempre foi aquela coisa parada que tuh tem que cuidar ¬¬', odeio)... só a barbie que me cativo um pouco O_o' achava (acho) elas fodas ^-^


(ps: sou vaidosa e não gosto de mulheres xD...amo homens, \o\)

MeninaMulher disse...

Bem interessante esse artigo,eu sempre odiei bonecas sempre,e carros so brincava com brinquedo de forma animal e bicho de pelucia kkk''

Unknown disse...

Sou mulher, porém, gosto de futebol a ponto de assistir na televisão os jogos. Aqui em casa, eu e minha filha assistimos jogos de futebol, e meu marido e os dois filhos não gostam, não assistem. Muitas vezes, nós duas ficamos assistindo e eles em outros lugares da casa. Por que estou falando isso? Não se pode generalizar, gostos, preferências independem do sexo. Claro que existem tendências que são mais corriqueiras, todavia, cada vez mais as pessoas estão livres para assumirem sem culpa suas preferências, gostos, sem serem tachadas de "mariquinha" ou "sapatão".