
CientíficaMente - Arthur, o que você faz atualmente?
Sou coordenador da área de business intelligence na agência
Wunderman, do grupo Newcomm. Estou lá há um ano (entrei como analista e fui
promovido no último mês), e neste período trabalhei com contas de linhas
aéreas, telecoms, bancos, e alguns outros clientes menores.

CientíficaMente - Parece ser um trabalho bem interessante. E como você foi parar nele?

No final do ano, prestes a me formar, surgiu a oportunidade de participar de um processo seletivo na empresa onde um ex-aluno da Psicologia USP (até então apenas um conhecido da minha irmã, mas que viria a ser meu cunhado) trabalhava, a dp6. É uma empresa voltada à inteligência em marketing digital, com um perfil de gestão mais jovem, onde o que contava era ter um perfil analítico e bom raciocínio lógico acima da sua formação (havia biólogos, outros psicólogos, graduandos em Direito, matemáticos, físicos e até um rapaz formado em Gastronomia). Passei pelo processo, mas devido a um acordo entre a dp6 e a Wunderman para estruturar uma área de BI dentro da Wunderman, eu entrei sob contrato da segunda. Durante este período fui treinado pelo pessoal da dp6, com quem aprendi muito do necessário para lidar com as demandas deste mercado. Porém, após alguns meses o acordo não pode mais ser mantido, houve um distanciamento das partes e eu permaneci na agência.
CientíficaMente - Quais são os maiores desafios do seu trabalho?

CientíficaMente - E quais são as alegrias?
Entre os maiores prazeres está construir algo que mostra de
forma eficiente o resultado de todo o trabalho que as dezenas de pessoas
envolvidas no planejamento e lançamento de uma campanha tiveram ao longo de
semanas de estresse. Outra coisa é poder explorar informações volumosas sobre
comportamento humano, compreender padrões de interação com peças de mídia por
diferentes clusters de interesse, analisar testes A/B para verificar mudanças
de comportamento entre populações, explorar a fundo a usabilidade de websites,
etc. Enfim, alimentar minha curiosidade sobre o comportamento humano no
ambiente digital. Além disso, estar inserido em um ambiente 100% digital é algo
que me agrada muito.
CientíficaMente - Durante a sua graduação, no que pensava fazer após se
formar?
Eu já tinha há bastante tempo algum interesse em Marketing,
inclusive escrevendo alguns trabalhos tentando aproximá-la à psicologia, porém,
até o quarto ano eu tinha certeza de que teria ao menos mais um tempo seguindo
carreira acadêmica, me dedicando a um mestrado e talvez, dependendo de como as
coisas seguissem, tentar um doutorado em Análise do Comportamento. Cheguei a
fazer duas iniciações científicas na área, editorar o periódico científico dos
alunos da Psico (a Revista TransFormações), participar de congressos e afins.
Mas, como disse anteriormente, a partir do quinto ano achei que não seria mais
viável continuar neste caminho naquele momento e comecei a me preparar para
entrar no mercado organizacional. Inicialmente pretendia atuar em algo mais próximo
da gestão de comportamento organizacional, em uma consultoria ou dentro de uma
empresa. Cheguei a montar um grupo de estudos sobre OBM (Organization Behavior
Management), fizemos contato com profissionais da área no exterior e até
apresentamos um trabalho sobre o tema em um congresso.
Minha proximidade com o marketing e a tecnologia sempre
estiveram lá, e somado ao perfil analítico que necessariamente se desenvolve ao
lidar com o meio acadêmico científico, o pessoal da dp6 achou que eu tinha uma
boa combinação de recursos para atuar na área que atuo hoje.
CientíficaMente - Como pensa que será seu futuro? Se vê fazendo algo
parecido, ou algo totalmente diferente?
Após apenas um ano de trabalho na área é de se esperar que
vejo um espaço enorme para crescimento pessoal. Quanto ao futuro da área em si
sou otimista, pois ela ainda é jovem e possui muitos caminhos por onde
seguir. Me vejo fazendo
algo parecido mas com uma amplitude maior de
possibilidades e uma visão de mercado mais madura. Há muitas áreas que contam
com a ajuda de BI: Arquitetura/Usabilidade de websites, Social Media, Marketing
de Performance, Planejamento de campanha de mídia, Otimização de mecanismos de
pesquisa, entre outras muito variadas, mas todas possuem em comum o fato de ter
grande demanda de informações que requerem conhecimentos técnicos, raciocínio
lógico e um bocado de compreensão de comportamento humano.
Muito obrigada pelas respostas, Arthur. Gostei de conhecer um pouco mais essa área de business intelligence.